Você sente algum desconforto ao comer glúten? Parte 2
Amiga gringa, você sente algum desconforto ao comer glúten? Hoje a gente fala de doença celíaca e sensibilidade ao glúten. Fica de olho, pois existem cerca de 300 sintomas que podem estar presentes em desordens relacionadas ao glúten.
A doença celíaca, de acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), é uma desordem sistêmica autoimune desencadeada pela ingestão de glúten. O corpo de um celíaco entende o glúten como inimigo e, ao enfrentar o inimigo, ataca erroneamente seus próprios tecidos, danificando o intestino delgado. Esse ataque pode resultar na atrofia das vilosidades intestinais, com consequente má absorção intestinal. Por causa disso, celíacos que não seguem uma dieta livre de glúten têm falta de vitaminas e podem ter diversas outras doenças graves.

A doença celíaca tem algumas características de alergia alimentar, pois também envolve o sistema imunológico. No entanto, celíacos não sofrem risco de anafilaxia e os sintomas são mais relacionados a problemas gastrointestinais como uma condição crônica-digestivo. Apesar de pesquisas avançadas em diferentes vacinas para reduzir o impacto do glúten no organismo de um celíaco, não existe cura para essa doença. O único remédio é uma dieta sem glúten para o resto da vida. Caso a dieta não seja seguida (por falta de diagnóstico ou conscientização dessa necessidade) diferentes áreas do corpo podem ser atingidas, já que a doença envolve múltiplos sistemas.
Os sintomas relacionados à doença celíaca variam de brandos a severos e podem durar horas ou dias – algumas pessoas nem apresentam sintomas, apenas a atrofia das vilosidades intestinas. A dificuldade de um diagnóstico precoce acontece também por ser uma doença com características variadas. Segundo pesquisa e publicação da Universidade de Chicago – Celiac Disease Center, são mais de 300 sintomas associados a ela. Leia mais no livro Jump Start Your Gluten-Free Diet (baixe um exemplar gratuito aqui).
Os sintomas mais comuns estão:
diarreia ou constipação;
flatulência
náuseas, vômitos;
dor de estômago e inchaço, indigestão;
aftas;
enxaqueca;
dor óssea;
mau humor ou depressão;
cansaço;
perda de cabelos (alopécia);
infertilidade ou abortos recorrentes;
perda de peso de maneira inesperada e repentina (mas isso nem sempre acontece);
cansaço crônico;
anemia;
insuficiência de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico;
síndrome do intestino irritável (SII) – incidência de 1 celíaco a cada 4 pessoas com SII;
insuficiência de crescimento em crianças;
problemas neurológicos como ataxia (perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários) e neuropatia (fraqueza muscular, cãibras, espasmos, perda de equilíbrio e coordenação);
Algumas pessoas podem sentir queimadura intensa na pela e coceira, com lesões avermelhadas, que pode ser causada por Dermatite Herpetiforme (DH) – uma variante da doença celíaca. Já quem possui tais sintomas, mas os exames não indicaram doença celíaca ou alergia alimentar, pode ter Sensibilidade ao Glúten Não-Celíaca (SGNC) – dependendo de uma avaliação mais crítica de especialistas (gastroenterologista e nutricionista). A SGNC costumava ser chamada de intolerância ao glúten, mas de acordo com as definições do consenso de Oslo, um documento publicado em 2012 por um grupo de especialistas em doença celíaca de todo o mundo, a classificação e nomenclatura correta é Sensibilidade ao Glúten Não-Celíaca, pois não está claro, neste momento, que componentes dos grãos desencadeiam os sintomas e se algumas pessoas com SGNC podem ter sutis alterações morfológicas intestinais.